O esvaziamento cervical é um procedimento cirúrgico realizado para remover os gânglios linfáticos do pescoço, com o objetivo de tratar ou prevenir a disseminação de tumores malignos da região da cabeça e pescoço. É uma etapa fundamental no tratamento de diversos tipos de câncer, como os de laringe, faringe, boca, língua, tireoide, entre outros.
A presença de metástases nos linfonodos cervicais está associada a pior prognóstico, por isso o controle cirúrgico dessa região é parte essencial do tratamento oncológico.
O procedimento pode ser indicado em dois contextos principais:
Esvaziamento terapêutico: quando há confirmação de metástase nos linfonodos cervicais;
Esvaziamento profilático (ou eletivo): mesmo na ausência de metástase clínica, pode ser realizado para prevenir a disseminação do tumor, principalmente quando há alto risco de acometimento linfático.
Essa decisão é baseada em exames clínicos, de imagem e, muitas vezes, complementada por biópsias ou punções guiadas.
O esvaziamento cervical pode ser classificado conforme a extensão da retirada dos linfonodos:
Esvaziamento cervical radical: remoção completa de todos os grupos linfáticos de um lado do pescoço, incluindo estruturas adjacentes como veia jugular interna, músculo esternocleidomastoideo e nervo acessório espinal. Indicado em casos de metástases extensas.
Esvaziamento cervical radical modificado: semelhante ao radical, mas preserva uma ou mais dessas estruturas, reduzindo os impactos funcionais.
Esvaziamento cervical seletivo: remoção apenas dos grupos linfáticos com maior risco de metástase, preservando os demais tecidos do pescoço. É indicado em tumores menos agressivos ou em fases iniciais.
Esvaziamento cervical estendido: inclui, além das cadeias linfáticas usuais, outras regiões com provável disseminação tumoral. Usado em casos muito avançados.
O esvaziamento cervical é realizado sob anestesia geral, podendo ser feito isoladamente ou associado a outras cirurgias, como glossectomia, laringectomia, tireoidectomia ou faringolaringectomia.
A cirurgia dura de 2 a 4 horas, dependendo da extensão, e requer equipe especializada, pois envolve estruturas nobres do pescoço, como nervos, vasos sanguíneos e músculos importantes.
A recuperação varia de acordo com o tipo de esvaziamento realizado, mas geralmente inclui:
Internação hospitalar de 1 a 3 dias;
Cuidados com o dreno cirúrgico, usado para evitar acúmulo de líquidos;
Dor leve a moderada, controlada com medicação;
Avaliação da função do ombro, especialmente se o nervo acessório espinal for manipulado ou removido;
Acompanhamento com fisioterapia, se necessário, para recuperação dos movimentos e da força muscular do pescoço e ombro;
Reavaliações periódicas com exames de imagem e acompanhamento oncológico.
O esvaziamento cervical é uma etapa estratégica no tratamento de tumores de cabeça e pescoço. Ele permite:
Remoção de metástases linfáticas;
Estadiamento preciso da doença (ou seja, avaliar sua extensão real);
Redução do risco de recidiva local;
Aumento da chance de cura nos casos em que é bem indicado e realizado por equipe experiente.
O esvaziamento cervical é uma cirurgia especializada, que exige precisão, conhecimento anatômico e experiência no manejo oncológico da região cervical.
Esse procedimento é realizado com competência e segurança pela Dra. Sheila de Sá, Cirurgiã de Cabeça e Pescoço, que atua com abordagem individualizada e multidisciplinar para oferecer o melhor cuidado a seus pacientes.