Mandibulectomia

Mandibulectomia

Procedimento cirúrgico para o tratamento de tumores benignos ou malignos que afetam a mandíbula, osteomielite refratária (infecção óssea crônica) ou, em casos mais raros, para correção de deformidades graves.

A mandibulectomia é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção de parte ou de toda a mandíbula.

Este procedimento é realizado para o tratamento de tumores benignos ou malignos que afetam a mandíbula, osteomielite refratária (infecção óssea crônica) ou, em casos mais raros, para correção de deformidades graves. A extensão da mandibulectomia (parcial ou total) depende da natureza e da extensão da doença a ser tratada, sendo cuidadosamente avaliada para cada paciente.

Indicações:

A mandibulectomia pode ser indicada nas seguintes situações:

  • Tumores Malignos: Câncer primário da mandíbula ou tumores que se estenderam para a mandíbula a partir de tecidos adjacentes (como a gengiva, mucosa oral ou seios maxilares).
  • Tumores Benignos Agressivos: Tumores benignos que são localmente invasivos, causam deformidade significativa ou apresentam risco de recorrência.
  • Osteomielite Crônica Refratária: Infecção óssea da mandíbula que não responde a tratamentos conservadores com antibióticos e outras terapias.
  • Casos Selecionados de Deformidades Graves: Em situações raras, pode ser utilizada para corrigir deformidades complexas da mandíbula.

Como é Realizada:

A mandibulectomia é um procedimento complexo que requer planejamento cirúrgico meticuloso e geralmente é realizado sob anestesia geral. A duração da cirurgia pode variar significativamente dependendo da extensão da ressecção e da necessidade de procedimentos reconstrutivos simultâneos. Os passos gerais da mandibulectomia incluem:

  1. Preparo e Posicionamento: O paciente é posicionado na mesa cirúrgica de forma a otimizar o acesso à área da cabeça e pescoço. A área cirúrgica é cuidadosamente limpa e preparada.

  2. Incisão Cirúrgica: O cirurgião realiza uma ou mais incisões na pele do pescoço e/ou dentro da boca, dependendo da localização e extensão da lesão a ser tratada e da necessidade de acesso para a ressecção e eventual reconstrução. O tipo e a localização da incisão são planejados para minimizar cicatrizes visíveis e otimizar o acesso cirúrgico.

  3. Exposição da Mandíbula: Os tecidos moles (pele, músculos, nervos e vasos sanguíneos) são cuidadosamente dissecados para expor a porção da mandíbula que precisa ser removida. Nervos importantes, como o nervo facial e o nervo alveolar inferior (responsável pela sensibilidade do lábio inferior e dos dentes inferiores), são identificados e preservados sempre que possível durante o procedimento.

  4. Ressecção da Mandíbula: Utilizando serras cirúrgicas e outros instrumentos especializados, a porção planejada da mandíbula é cuidadosamente seccionada e removida. A extensão da ressecção é determinada com base nos exames de imagem (tomografia computadorizada, ressonância magnética) e na avaliação intraoperatória para garantir a remoção completa da doença com margens de segurança adequadas. A ressecção pode variar desde uma pequena porção (mandibulectomia segmentar) até a remoção de toda a mandíbula (mandibulectomia total). Em alguns casos, pode ser necessária a remoção de tecidos moles adjacentes, como músculos, mucosa oral ou linfonodos cervicais (esvaziamento cervical), se houver suspeita de envolvimento tumoral.

  5. Reconstrução (Opcional): Dependendo da extensão da mandibulectomia, pode ser necessário realizar a reconstrução da mandíbula para restaurar a forma, a função e a estética facial. As opções de reconstrução incluem:

    • Enxertos Ósseos: Utilização de osso retirado de outras partes do corpo do paciente (como a fíbula, a crista ilíaca ou a escápula) para substituir a porção removida da mandíbula. Esses enxertos podem ser fixados com placas e parafusos de titânio.
    • Retalhos Microcirúrgicos: Transferência de tecidos complexos (osso, pele, músculo) de outra parte do corpo para a área da mandíbula, com a reconexão dos vasos sanguíneos sob microscopia para garantir a viabilidade do tecido transferido. O retalho fibular osteocutâneo (osso da fíbula com pele) é uma opção comum para reconstrução mandibular.
    • Próteses: Em alguns casos, próteses personalizadas podem ser utilizadas para restaurar o contorno facial, embora a reconstrução com tecido autólogo (do próprio paciente) seja geralmente preferida para melhores resultados funcionais a longo prazo.
  6. Fechamento: Após a ressecção e a eventual reconstrução, os tecidos moles são cuidadosamente suturados em camadas. Se foram realizadas incisões no pescoço, estas também são fechadas com suturas e, em alguns casos, podem ser colocados drenos para remover fluidos que possam se acumular na área operada. Se a incisão foi intraoral, as suturas são realizadas com fios absorvíveis.

  7. Cuidados Pós-operatórios: O paciente é encaminhado para a sala de recuperação e monitorado de perto. O manejo da dor é essencial. A dieta geralmente é líquida ou pastosa inicialmente, progredindo gradualmente conforme a tolerância do paciente. Cuidados com a higiene oral são importantes para prevenir infecções. Em casos de reconstrução com retalhos microcirúrgicos, o monitoramento do fluxo sanguíneo para o retalho é crucial nas primeiras 24-48 horas. A fisioterapia pode ser necessária para ajudar na recuperação da função da mandíbula e da fala.

Pós-operatório:

O período pós-operatório da mandibulectomia pode variar dependendo da extensão da cirurgia e da necessidade de reconstrução. Alguns aspectos importantes incluem:

  • Dor e Inchaço: É comum sentir dor e inchaço na área operada, que são controlados com medicamentos analgésicos e compressas frias.
  • Dieta: A alimentação é geralmente restrita a líquidos e alimentos macios nas primeiras semanas, com progressão gradual para uma dieta normal conforme a cicatrização e a função da mandíbula melhoram.
  • Higiene Oral: Manter uma higiene oral rigorosa é fundamental para prevenir infecções. Enxágues bucais suaves podem ser recomendados.
  • Fisioterapia: Exercícios para a mandíbula e pescoço podem ser prescritos para ajudar a restaurar a amplitude de movimento e a função muscular.
  • Fala e Deglutição: Pode haver dificuldades temporárias na fala e na deglutição, que geralmente melhoram com o tempo e a terapia fonoaudiológica, se necessário.
  • Cicatrizes: As cicatrizes na pele geralmente melhoram com o tempo. Cicatrizes intraorais tendem a ser menos visíveis.
  • Acompanhamento Médico: Consultas de acompanhamento regulares são essenciais para monitorar a cicatrização, avaliar a função e detectar qualquer sinal de recorrência da doença.

Resultados Esperados:

Os resultados esperados da mandibulectomia dependem da indicação do procedimento. No caso de tumores, o objetivo principal é a remoção completa da doença, o que pode impactar significativamente o prognóstico do paciente. A reconstrução, quando realizada, visa restaurar a forma e a função da mandíbula, melhorando a qualidade de vida do paciente em termos de fala, mastigação e estética facial.

Considerações Importantes:

  • O planejamento cirúrgico detalhado, incluindo exames de imagem precisos, é crucial para determinar a extensão da ressecção e a melhor estratégia de reconstrução.
  • A preservação de estruturas nervosas importantes é uma prioridade para minimizar déficits funcionais.
  • A colaboração de uma equipe multidisciplinar, incluindo cirurgiões de cabeça e pescoço, cirurgiões plásticos (em casos de reconstrução), oncologistas, radioterapeutas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas, é fundamental para um tratamento abrangente e para otimizar os resultados para o paciente.
  • Cada caso é único, e a decisão sobre a necessidade e a extensão da mandibulectomia, bem como a estratégia de reconstrução, deve ser individualizada, levando em consideração as características da doença, as condições de saúde do paciente e seus objetivos. Este procedimento é realizado com a expertise da Dra. Sheila de Sá, cirurgiã de Cabeça e Pescoço.

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