A maxilectomia é um procedimento cirúrgico realizado para remover parcial ou totalmente o osso maxilar, localizado na região central da face, entre os olhos e a arcada dentária superior. Essa cirurgia é indicada, principalmente, para o tratamento de tumores malignos ou agressivos que acometem a cavidade nasal, seios paranasais (especialmente o seio maxilar), palato duro, órbita ocular e estruturas adjacentes.
A maxilectomia é indicada nos seguintes casos:
Carcinoma espinocelular, adenocarcinoma, melanoma mucoso, entre outros tumores malignos da face média;
Tumores benignos agressivos, como ameloblastoma, osteossarcoma ou fibroma ossificante;
Lesões extensas que comprometam a estrutura do osso maxilar e tecidos vizinhos;
Necessidade de ressecção oncológica com margem de segurança.
A extensão da cirurgia depende da localização e do tamanho do tumor. Entre os principais tipos, destacam-se:
Maxilectomia medial: envolve a parte medial (interna) do osso maxilar, preservando parte da parede lateral.
Maxilectomia parcial: remove apenas uma parte do osso maxilar comprometido.
Maxilectomia total: resseca completamente o osso maxilar de um lado da face.
Maxilectomia radical com exenteração orbital: indicada quando há invasão da órbita ocular, necessitando remoção do globo ocular.
Maxilectomia com preservação do globo ocular: possível quando o tumor está próximo à órbita, mas sem invadi-la.
A cirurgia pode ser realizada por via aberta (com incisões externas na face ou cavidade oral) ou por técnicas menos invasivas, como abordagens endoscópicas em casos selecionados. O objetivo é garantir a remoção completa do tumor com margens livres de doença, respeitando ao máximo as estruturas funcionais e estéticas da face.
Após a ressecção, a reconstrução da região operada é fundamental para restaurar:
A função respiratória, mastigatória e de fonação;
A estética facial;
A separação entre cavidade oral e nasal, quando o palato duro é afetado.
As técnicas de reconstrução incluem:
Próteses obturadoras (em casos menos extensos);
Retalhos microcirúrgicos (como o retalho de fíbula ou retalho anterolateral da coxa), que permitem a reconstrução óssea e de tecidos moles de forma funcional e estética.
O pós-operatório requer acompanhamento multidisciplinar, envolvendo:
Cirurgião de cabeça e pescoço;
Oncologista;
Odontologia especializada em próteses;
Fonoaudiologia;
Fisioterapia;
Psicologia.
Também pode ser necessário tratamento complementar com radioterapia ou quimioterapia, dependendo do tipo e estágio do tumor.
O prognóstico da maxilectomia varia conforme o tipo histológico do tumor, extensão da doença e sucesso na obtenção de margens cirúrgicas livres. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível alcançar bons resultados oncológicos e qualidade de vida.
A maxilectomia é um procedimento complexo, que exige experiência cirúrgica, planejamento individualizado e acompanhamento integral do paciente.
Este procedimento é realizado pela Dra. Sheila de Sá, Cirurgiã de Cabeça e Pescoço, com ampla experiência em cirurgias oncológicas e reconstrutivas da face.